quinta-feira, 13 de novembro de 2008

3° Tarefa






Escrevo hoje muito feliz... depois de diversas vivências estou dando um passo que acredito ser muito importante para construir a diferença que eu quero ver e ser no mundo.

Após três meses dando aulas de teatro, dança e musicalisação para crianças e adolescentes da Vila Terezinha, local onde resido, percebi que proporcionar esse acesso à arte ainda estava restrito aos educandos do Núcleo Sócio Educativo e que poderia fazer mais, para outros moradores da Vila. Comecei a cogitar com as diretoras do espaço a possibilidade de utilizarmos o Centro Cultural a pouco construído para a realização de uma ação cultural no mês de Novembro, depois de alguns dias de diálogo fomos notificados que não era possível utilizar o espaço sem um tipo de autorização da prefeitura, que ainda estava em andamento.

Eu e mais dois amigos, que abraçaram esta idéia de oferecer a comunidade uma programação cultural que dialogue com os desejos dos moradores e a construção de um ambiente de troca e fortalecimento das relações por meio de ações como os Saraus, nos reunimos após esta notícia e decidimos por levar o evento pra rua, demonstrado-se este o melhor local para acesso e usufruo pela comunidade.

Amanhã sexta-feira iniciaremos a primeira ação do evento que demos o nome de Missão Cultural, serão exibidos curtas-metragens para o público infantil, entre outras seleções como um documentário sobre a Brasilândia produzido por moradores em oficinas do projeto FabiCine. Para tal redigimos uma carta aos moradores informando sobre a proposta e aproveitando para bater um papo e saber o que estão sentindo. Hoje conversei com o Sr. Ari, 63 anos, que mora em frente a praça e ele se propôs a ver e não antever se ele quer ou não que esta proposta se realize, foi de extrema importância esta conversa pois pude ouvir críticas aos eventos até então realizados que faziam de sua casa mictório, tendo ele mesmo que limpar no outro dia, “a muitos anos a igreja realiza suas quermesses e não pede autorização coloca aquelas caixas enormes, não respeita a Lei do Som e minha calsada vira uma balada e lixão, pois vem todo mundo pra trás do palco e fica aqui!”. Pedi lhe que fosse sempre sincero, como hoje, pra que consigamos juntos construir algo que seja bom pra todos, sem desrespeitar o espaço e as necessidades do outros.

Neste processo que estamos construindo desde o fim do mês passado, temos conseguido o apoio dos Motoristas de Lotação, Comerciantes e alguns moradores. Conheci meninos que há algum tempo produze curtas, e eles irão se responsabilizar pelas exibições às sexta, um dos bares que possui um bom espaço irá residir o Sarau no dia 29.

Comecei esta idéia contando pra minha mãe da vontade de compartilhar do acesso que tive a cultura e da importância que há em fomentá-la em todos os cantos do mundo, a cultura é se não o maior elemento na construção de nossas identidades e eixo de uma identidade comunitária, nacional ou mundial. Acredito que por meio do fomento a diversidade cultural que possuímos e do estimulo as novas culturas que estão se formando conforme caminhamos um novo mundo possa se formar. Se utilizar das manifestações culturais para se estabelecer um ambiente comunitário de troca e livre criação é uma das formas de construir uma nova sociedade que começa a provocar contrações em nossas entranhas e relações avisando que esta por nascer.

Eu quero ser alimento para esta criança. Como, com tudo que sonhar.’.

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